12.31.2012
11.25.2012
10.12.2012
8.30.2012
Sedona
Aside from
myself, there is no sign of me. The arguments are eternal and lack hope of
solution. What does it mean to be among the Living? Tossing and turning I try
to understand the mystery called love.
By the time I
realize I’m in bed, the sky was already getting light and I know I’ve never
been so comfortable with the feeling of love with anyone else but you, and yet,
still lacking part of life. What does it mean to be truly happy?
The sky is
brilliant and full of clouds, I’m reminded of how lucky I am, just by admiring
your smile and I fell honored with your care and tenderness. To have been
singled out, when two suddenly become one, following the rhythm of our hearts,
I inhale and you breathe, my synaptic connections almost don’t get this far to
understand the cognitive side of our relationship. The memory of myself becomes
more faint, unclear and distant; however, your sweet presence somehow,
transports me to a better path of truthiness and clarity. I sometimes deny the world
because it is inconsistent with my dreams and as I grow older, the innocence of
believing that good always prevails opens space for the eternal disappointment
of life as it is.
I close my eyes
and think about the way you wrinkle your nose when thinking, or your beak face
when fixing your hair in the mirror. Just got a message from you. I always
wonder how can you flip my stomach inside out? How can you make my heart beat
in such extreme rhythm? While waiting for your return a whole species of
butterfly may have become extinct.
It is said that Angels
feel a general love for the Living, though being general doesn’t make it any
less potent. They often wonder how is it to have a sense of smell, or what is
it like to dream. They can only speculate, much like the Living speculate about
the nature of God. We all can only rely on faith and our beliefs. It is also
said, that there are linguistic signs for everything, but what if they are
wrong? I tend to try finding reason an explanation for it all, but sometimes
there aren’t words for everything.
There was a time
when we weren’t aware of each other’s existence and at first glance we didn’t
really recognize that it was only together that we would have a chance of happiness,
thus one does not find it solely in romantic love, it is a great path to start
the daily battle that needs to be fought. It takes time to getting used to each
other’s habits and mannerisms, routines can only be created with patience and
acceptance of our flaws, however it’ll be worth it the effort, for you are the
only one who makes my heart shines even when the darkness strikes. My only hope
is that in the end it all comes together as if everything is part of a big
plan, I just forget sometimes that the world is not on the same schedule as I.
8.23.2012
Silêncio
Apenas após ser sentenciada com o Silêncio, descobri
que algumas outras formas deste existem. Provavelmente, muitas outras
desdobraduras a partir daí, mas agora, quando ouço uma música, passo a escutar
muito mais que outrora, não mais ouço apenas suas notas, e sim o silêncio entre
elas; quando leio um livro, todas as vírgulas e espaços após o período que sucedem
a letra maiúscula, são absorvidos aos ensinamentos de cada palavra proferida pelo
autor. Descobri os lugares onde o silêncio se esconde dentro de mim, e onde ele
se reúne em um dado lugar; nas frestas das janelas, ou dobras de uma cortina,
no infinito de um céu estrelado, ou ao velar o horizonte sem fim do mar, ou até mesmo, no filamento de uma lâmpada.
Quando as pessoas falam comigo, tenho cada vez menos
escutado suas palavras e cada vez mais o que não dizem. Aprendi em algum grau,
a decifrar o significado de certos silêncios, que se assemelham a desvendar um
mistério sem pistas concretas, muitas vezes pela intuição, sensibilidade e
vontade de querer fazer algum bem. Verdade seja dita, e modéstia seja deixado
de lado, sou profílica nesse métier. Por longos períodos tenho me cercado de
silêncios, e talvez a única maneira que tenho conseguido me expressar por
diferentes aspectos, é através da fotografia, um olhar singular do mundo que me
rodeia, e que por sua vez, gera as
infinitas e em muitos casos, errôneas impressões, de quem compartilha comigo
algumas dessas pinturas expressas do mundo moderno.
Um transbordamento das mazelas dessa vida tem rodeado
meus dias, mas a realidade é que nem hoje, nem nunca, vou deixar abater-me.
Sempre vou preferir partilhar os sorrisos, a deixar expostas as dores que carrego no peito e sinto na alma. Cada um sabe o fardo que carrega nessa vida, e é tão difícil
silenciar-me em algumas situações; quando uma criança pergunta-me a cerca do
amor, ou quando a família requer presença quando se está em outro continente,
ou até mesmo quando os amigos mais queridos, querem apenas saber acerca do
cotidiano; esses infindáveis dias de cobranças baseados no amor, que de alguma forma recarregam as energias da inexprimível solidão.
Sei que tenho me limitado apenas aos sins e nãos e
compreendo também que não é suficiente para qualquer relação sadia, mas
proferir uma única palavra, por vezes significa destruir a fluência pungente
do silêncio. Tenho vivido em cárcere das acusações silenciosas, como um pelotão
de fuzilamento com suas metralhadoras em riste, e só assim, com as armas contra
o peito, consegui ponderar se a riqueza do silêncio pode de alguma forma superar
a miséria de não ser realmente escutada.
Concluo que as possibilidades de silêncio são
ilimitadas, e as balas que saem das armas e perfuram a carne com a verdade,
fazem-me ajoelhar e pedir aqui o perdão para esse momento, onde a solidão e o
silêncio tonam-se meios de liberdade.
8.06.2012
Pablo Neruda
“I love you without knowing how, or when, or from where. I love you simply, without problems or pride: I love you in this way because I do not know any other way of loving but this, in which there is no I or you, so intimate that your hand upon my chest is my hand, so intimate that when I fall asleep your eyes close.”
― Pablo Neruda, 100 Love Sonnets
― Pablo Neruda, 100 Love Sonnets
8.02.2012
6.26.2012
6.06.2012
Noam Chomsky: 10 estratégias de manipulação midiática
1. A estratégia da distração.
O elemento primordial do controle social é a estratégia da distração, que consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites políticas e econômicas, mediante a técnica do dilúvio ou inundação de contínuas distrações e de informações insignificantes. A estratégia da distração é igualmente indispensável para impedir que o público se interesse pelos conhecimentos essenciais, na área da ciência, da economia, da psicologia, da neurobiologia e da cibernética. “Manter a atenção do público distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais, cativada por temas sem importância real. Manter o público ocupado, ocupado, ocupado; sem nenhum tempo para pensar; de volta à granja com outros animais (citação do texto “Armas silenciosas para guerras tranquilas”).
O elemento primordial do controle social é a estratégia da distração, que consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites políticas e econômicas, mediante a técnica do dilúvio ou inundação de contínuas distrações e de informações insignificantes. A estratégia da distração é igualmente indispensável para impedir que o público se interesse pelos conhecimentos essenciais, na área da ciência, da economia, da psicologia, da neurobiologia e da cibernética. “Manter a atenção do público distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais, cativada por temas sem importância real. Manter o público ocupado, ocupado, ocupado; sem nenhum tempo para pensar; de volta à granja com outros animais (citação do texto “Armas silenciosas para guerras tranquilas”).
2. Criar problemas e depois oferecer soluções.
Esse método também é denominado “problema-ração-solução”. Cria-se um problema, uma “situação” prevista para causar certa reação no público a fim de que este seja o mandante das medidas que desejam sejam aceitas. Por exemplo: deixar que se desenvolva ou intensifique a violência urbana, ou organizar atentados sangrentos, a fim de que o público seja o demandante de leis de segurança e políticas em prejuízo da liberdade. Ou também: criar uma crise econômica para forçar a aceitação, como um mal menor, do retrocesso dos direitos sociais e o desmantelamento dos serviços púbicos.
Esse método também é denominado “problema-ração-solução”. Cria-se um problema, uma “situação” prevista para causar certa reação no público a fim de que este seja o mandante das medidas que desejam sejam aceitas. Por exemplo: deixar que se desenvolva ou intensifique a violência urbana, ou organizar atentados sangrentos, a fim de que o público seja o demandante de leis de segurança e políticas em prejuízo da liberdade. Ou também: criar uma crise econômica para forçar a aceitação, como um mal menor, do retrocesso dos direitos sociais e o desmantelamento dos serviços púbicos.
3. A estratégia da gradualidade.
Para fazer com que uma medida inaceitável passe a ser aceita basta aplicá-la gradualmente, a conta-gotas, por anos consecutivos. Dessa maneira, condições socioeconômicas radicalmente novas (neoliberalismo) foram impostas durante as décadas de 1980 e 1990. Estado mínimo, privatizações, precariedade, flexibilidade, desemprego em massa, salários que já não asseguram ingressos decentes, tantas mudanças que teriam provocado uma revolução se tivessem sido aplicadas de uma só vez.
Para fazer com que uma medida inaceitável passe a ser aceita basta aplicá-la gradualmente, a conta-gotas, por anos consecutivos. Dessa maneira, condições socioeconômicas radicalmente novas (neoliberalismo) foram impostas durante as décadas de 1980 e 1990. Estado mínimo, privatizações, precariedade, flexibilidade, desemprego em massa, salários que já não asseguram ingressos decentes, tantas mudanças que teriam provocado uma revolução se tivessem sido aplicadas de uma só vez.
4. A estratégia de diferir.
Outra maneira de forçar a aceitação de uma decisão impopular é a de apresentá-la como “dolorosa e desnecessária”, obtendo a aceitação pública, no momento, para uma aplicação futura. É mais fácil aceitar um sacrifício futuro do que um sacrifício imediato. Primeiro, porque o esforço não é empregado imediatamente. Logo, porque o público, a massa tem sempre a tendência a esperar ingenuamente que “tudo irá melhorar amanhã” e que o sacrifício exigido poderá ser evitado. Isso dá mais tempo ao público para acostumar-se à idéia de mudança e de aceitá-la com resignação quando chegue o momento.
Outra maneira de forçar a aceitação de uma decisão impopular é a de apresentá-la como “dolorosa e desnecessária”, obtendo a aceitação pública, no momento, para uma aplicação futura. É mais fácil aceitar um sacrifício futuro do que um sacrifício imediato. Primeiro, porque o esforço não é empregado imediatamente. Logo, porque o público, a massa tem sempre a tendência a esperar ingenuamente que “tudo irá melhorar amanhã” e que o sacrifício exigido poderá ser evitado. Isso dá mais tempo ao público para acostumar-se à idéia de mudança e de aceitá-la com resignação quando chegue o momento.
5. Dirigir-se ao público como se fossem menores de idade.
A maior parte da publicidade dirigida ao grande público utiliza discursos, argumentos, personagens e entonação particularmente infantis, muitas vezes próximos à debilidade mental, como se o espectador fosse uma pessoa menor de idade ou portador de distúrbios mentais. Quanto mais tentem enganar o espectador, mais tendem a adotar um tom infantilizante. Por quê? “A e alguém se dirige a uma pessoa como se ela tivesse 12 anos ou menos, em razão da sugestionabilidade, então, provavelmente, ela terá uma resposta ou ração também desprovida de um sentido crítico
A maior parte da publicidade dirigida ao grande público utiliza discursos, argumentos, personagens e entonação particularmente infantis, muitas vezes próximos à debilidade mental, como se o espectador fosse uma pessoa menor de idade ou portador de distúrbios mentais. Quanto mais tentem enganar o espectador, mais tendem a adotar um tom infantilizante. Por quê? “A e alguém se dirige a uma pessoa como se ela tivesse 12 anos ou menos, em razão da sugestionabilidade, então, provavelmente, ela terá uma resposta ou ração também desprovida de um sentido crítico
6. Utilizar o aspecto emocional mais do que a reflexão.
Fazer uso do aspecto emocional é uma técnica clássica para causar um curto circuito na análise racional e, finalmente, ao sentido crítico dos indivíduos. Por outro lado, a utilização do registro emocional permite abrir a porta de acesso ao inconsciente para implantar ou enxertar idéias, desejos, medos e temores, compulsões ou induzir comportamentos…
Fazer uso do aspecto emocional é uma técnica clássica para causar um curto circuito na análise racional e, finalmente, ao sentido crítico dos indivíduos. Por outro lado, a utilização do registro emocional permite abrir a porta de acesso ao inconsciente para implantar ou enxertar idéias, desejos, medos e temores, compulsões ou induzir comportamentos…
7. Manter o público na ignorância e na mediocridade.
Fazer com que o público seja incapaz de compreender as tecnologias e os métodos utilizados para seu controle e sua escravidão. “A qualidade da educação dada às classes sociais menos favorecidas deve ser a mais pobre e medíocre possível, de forma que a distância da ignorância que planeja entre as classes menos favorecidas e as classes mais favorecidas seja e permaneça impossível de alcançar (ver “Armas silenciosas para guerras tranqüilas”).
Fazer com que o público seja incapaz de compreender as tecnologias e os métodos utilizados para seu controle e sua escravidão. “A qualidade da educação dada às classes sociais menos favorecidas deve ser a mais pobre e medíocre possível, de forma que a distância da ignorância que planeja entre as classes menos favorecidas e as classes mais favorecidas seja e permaneça impossível de alcançar (ver “Armas silenciosas para guerras tranqüilas”).
8. Estimular o público a ser complacente com a mediocridade.
Levar o público a crer que é moda o fato de ser estúpido, vulgar e inculto.
Levar o público a crer que é moda o fato de ser estúpido, vulgar e inculto.
9. Reforçar a autoculpabilidade.
Fazer as pessoas acreditarem que são culpadas por sua própria desgraça, devido à pouca inteligência, por falta de capacidade ou de esforços. Assim, em vez de rebelar-se contra o sistema econômico, o indivíduo se autodesvalida e se culpa, o que gera um estado depressivo, cujo um dos efeitos é a inibição de sua ação. E sem ação, não há revolução!
Fazer as pessoas acreditarem que são culpadas por sua própria desgraça, devido à pouca inteligência, por falta de capacidade ou de esforços. Assim, em vez de rebelar-se contra o sistema econômico, o indivíduo se autodesvalida e se culpa, o que gera um estado depressivo, cujo um dos efeitos é a inibição de sua ação. E sem ação, não há revolução!
10. Conhecer os indivíduos melhor do que eles mesmos se conhecem.
No transcurso dos últimos 50 anos, os avanços acelerados da ciência gerou uma brecha crescente entre os conhecimentos do público e os possuídos e utilizados pelas elites dominantes. Graças à biologia, à neurobiologia e à psicologia aplicada, o “sistema” tem desfrutado de um conhecimento e avançado do ser humano, tanto no aspecto físico quanto no psicológico. O sistema conseguiu conhecer melhor o indivíduo comum do que ele a si mesmo. Isso significa que, na maioria dos casos, o sistema exerce um controle maior e um grande poder sobre os indivíduos, maior do que o dos indivíduos sobre si mesmos.
No transcurso dos últimos 50 anos, os avanços acelerados da ciência gerou uma brecha crescente entre os conhecimentos do público e os possuídos e utilizados pelas elites dominantes. Graças à biologia, à neurobiologia e à psicologia aplicada, o “sistema” tem desfrutado de um conhecimento e avançado do ser humano, tanto no aspecto físico quanto no psicológico. O sistema conseguiu conhecer melhor o indivíduo comum do que ele a si mesmo. Isso significa que, na maioria dos casos, o sistema exerce um controle maior e um grande poder sobre os indivíduos, maior do que o dos indivíduos sobre si mesmos.
* Noam Chomsky é linguista, filósofo e ativista político estadunidense. Professor de Linguística no Instituto de Tecnologia de Massachusetts - 15.12.2010
5.17.2012
Winnicott
"Paranóia e ingenuidade. Na criança normal, que se encontra no meio entre os dois extremos, existe a expectativa de perseguição, mas também a expectativa de um cuidado capaz de protegê-la. A partir desta base, o indivíduo pode tornar-se capaz de substituir o cuidado recebido por um cuidar-de-si-mesmo, e pode desta forma alcançar uma grande independência, que não é possível nem no extremo paranóide nem no extremo ingênuo." (Winnicott - Natureza Humana)
4.01.2012
Eu sigo.
Ninguém morre de amor, por mais que doa, não é verdade? Vou juntar os cacos, costurar os pedaços e seguir em frente. Porque é a coisa certa a ser feita. E antes da gente se importar com alguém a gente precisa se importar com a gente mesmo. Parece auto-ajuda, parece fácil, mas não é. Eu me importo comigo. E me importava com você. Antes do amor ser feito de dois, ele é feito de um. Por isso, sozinha, eu sigo.
Posso errar?
'Há pouco tempo fui obrigada a lavar meus cabelos com o xampu "errado". Foi num hotel, onde cheguei pouco antes de fazer uma palestra e, depois de ver que tinha deixado meu xampu em casa, descobri que não havia farmácia nem shopping num raio de 10 quilômetros. A única opção era usar o dois-em-um (xampu com efeito condicionador) do kit do hotel.. Opção? Maneira de dizer. Meus cabelos, super oleosos, grudam só de ouvir a palavra "condicionador". Mas fui em frente. Apliquei o produto cautelosamente, enxaguei, fiz a escova de praxe e.... surpresa! Os cabelos ficaram soltos e brilhantes - tudo aquilo que meus nove vidros de xampu "certo" que deixei em casa costumam prometer para nem sempre cumprir. Foi aí que me dei conta do quanto a gente se esforça para fazer a coisa certa, comprar o produto certo, usar a roupa certa, dizer a coisa certa - e a pergunta que não quer calar é: certa pra quem? Ou: certa por quê? O homem certo, por exemplo: existe ficção maior do que essa? Minha amiga se casou com um exemplar da espécie depois de namorá-lo sete anos. Levou um mês para descobrir que estava com o marido errado. Ele foi "certo" até colocar a aliança. O que faz surgir outra pergunta: certo até quando? Porque o certo de hoje pode se transformar no equívoco monumental de amanhã. Ou o contrário: existem homens que chegam com aquele jeito de "nada a ver", vão ficando e, quando você se assusta, está casada - e feliz - com um deles.
E as roupas? Quantos sábados você já passou num shopping procurando o vestido certo e os sapatos certos para aquele casamento chiquérrimo e, na hora de sair para a festa, você se olha no espelho e tem a sensação de que está tudo errado? As vendedoras juraram que era a escolha perfeita, mas talvez você se sentisse melhor com uma dose menor de perfeição. Eu mesma já fui para várias festas me sentindo fantasiada. Estava com a roupa "certa", mas o que eu queria mesmo era ter ficado mais parecida comigo mesma, nem que fosse para "errar". Outro dia fui dar uma bronca numa amiga que insiste em fumar, apesar dos problemas de saúde, e ela me respondeu: "Eu sei que está errado, mas a gente tem que fazer alguma coisa errada na vida, senão fica tudo muito sem graça. O que eu queria mesmo era trair meu marido, mas isso eu não tenho coragem. Então eu fumo". Sem entrar no mérito da questão - da traição ou do cigarro - concordo que viver é, eventualmente, poder escorregar ou sair do tom. O mundo está cheio de regras, que vão desde nosso guarda-roupa, passando por cosméticos e dietas, até o que vamos dizer na entrevista de emprego, o vinho que devemos pedir no restaurante, o desempenho sexual que nos torna parceiros interessantes, o restaurante que está na moda, o celular que dá status, a idade que devemos aparentar. Obedecer, ou acertar, sempre é fazer um pacto com o óbvio, renunciar ao inesperado.
O filósofo Mario Sergio Cortella conta que muitas pessoas se surpreendem quando constatam que ele não sabe dirigir e tem sempre alguém que pergunta: "Como assim?! Você não dirige?!". Com toda a calma, ele responde: "Não, eu não dirijo.. Também não boto ovo, não fabrico rádios - tem um punhado de coisas que eu não faço". Não temos que fazer tudo que esperam que a gente faça nem acertar sempre no que fazemos. Como diz Sofia, agente de viagens que adora questionar regras: "Não sou obrigada a gostar de comida japonesa, nem a ter manequim 38 e, muito menos, a achar normal uma vida sem carboidratos". O certo ou o "certo" pode até ser bom. Mas às vezes merecemos aposentar régua e compasso.'
(Leila Ferreira é jornalista, apresentadora de TV e autora do livro Mulheres - Por que será que elas...da Editora Globo)
3.30.2012
Simplesmente Audrey
"The greatest beauty tip:
For attractive lips, speak words of kindness. For lovely eyes, seek out the good in people. For a slim figure, share your food with the hungry. For beautiful hair, let a child run his / her hands through it once a day. For poise, walk with the knowledge that you never walk alone. People, more than things, have to be restored, renewed, revived, reclaimed, and redeemed, never throw out anyone. Remember, if you ever need a helping hand, you will find one at the end of each of your arms. As you grow older, you will discover that you have two hands; one for helping yourself, and the other for helping others. be who you are and say what you feel, because those who mind don't matter and those who matter don't mind."
For attractive lips, speak words of kindness. For lovely eyes, seek out the good in people. For a slim figure, share your food with the hungry. For beautiful hair, let a child run his / her hands through it once a day. For poise, walk with the knowledge that you never walk alone. People, more than things, have to be restored, renewed, revived, reclaimed, and redeemed, never throw out anyone. Remember, if you ever need a helping hand, you will find one at the end of each of your arms. As you grow older, you will discover that you have two hands; one for helping yourself, and the other for helping others. be who you are and say what you feel, because those who mind don't matter and those who matter don't mind."
3.26.2012
Tristeza nunca mais
- Tire seu sorriso do caminho que eu quero passar com a minha dor; foi nessa cadência que respondi: minha ação pode não corresponder ao que sentimento aqui de dentro. Confuso? Muita coisa. Sorrisos nem sempre correpondem à felicidade. A dor é quem tem, a minha é escondida, prefiro sempre partilhar os sorrisos. Vem, é bom, tenta.
3.19.2012
3.15.2012
3.07.2012
Incapacidade
Há dias, venho relendo alguns textos, e encontrei inúmeros erros no meu discurso, quero dizer, no meu bom e velho português. Pelo acontecido — por este e outros erros —, mil desculpas. Flagelo-me aqui, sentida e cabisbaixamente… E sem querer desculpar-me, a verdade é que tenho muitas dúvidas. Entre acordos ortográficos, nova regra da gramática e erros comuns tornados norma por uma espécie de uso capião, a pessoa aqui atraparalha-se. Sempre tive dificuldade, sabe?! Desde os tempos de escola, mas o que fazer se amo colocar em palavras o que me vai pela alma? Continuo a tentar incessantemente a acertar, mas vez ou outra falharei, confesso.
A comunicação, hoje em dia, está cada vez mais cheia de ruído. Sejam novos conceitos ou apenas a ânsia de entender, comunicar é cada vez mais um caminho minado para, às vezes, o nada. E se esse nada não se transformar num saldo negativo, já pode considerar-se uma pessoa cheia de sorte.
Um dos novos conceitos, muito em voga, mas que creio mal apreendido, é o “politicamente correto”. Creio que seja politicamente correto de minha parte, me desculpar com antecedência, pela minha incapacidade gramatical, sendo assim, vocês se sentirão compelidos a me 'julgar' com maior benevolência, deixando, talvez, a falta da crase ou da concordância, por conta da falta de atenção e não da falta de conhecimento. Deve ter sido porque, naquele momento, os meus neurónios, tais como os deputados da nação, sofriam de absentismo!
Um dos novos conceitos, muito em voga, mas que creio mal apreendido, é o “politicamente correto”. Creio que seja politicamente correto de minha parte, me desculpar com antecedência, pela minha incapacidade gramatical, sendo assim, vocês se sentirão compelidos a me 'julgar' com maior benevolência, deixando, talvez, a falta da crase ou da concordância, por conta da falta de atenção e não da falta de conhecimento. Deve ter sido porque, naquele momento, os meus neurónios, tais como os deputados da nação, sofriam de absentismo!
3.04.2012
Mais vale uma boa separação…
Não é perseguição; nem sequer mania! Mas retorno à questão do ‘a’ que teima em engalfinhar-se, em alturas impróprias, nas palavras que o subseguem. Teima… ou teimam por ele!
Se isto fosse um debate, de que lado se colocaria? ‘Aparte’ ou ‘à parte’? Para começar, lêem-se da mesma maneira, com o primeiro ‘a’ aberto; escrevem-se de forma ligeiramente diferente; não são a mesma coisa; e não tem de tomar partidos, pois ambos estão correctos. ‘Aparte’, como substantivo, significa um comentário, um esclarecimento, uma interrupção, uma confidência (em teatro, é uma fala de um actor em que este, envolvendo o público, finge estar a falar consigo próprio); ‘à parte’ é uma locução adverbial equivalente a ‘em separado’, ‘em particular’ ou ‘excepto’. “Àparte” não existe, por mais que alguns bem-intencionados poupadores de espaços entre palavras insistam…
À parte toda esta confusão, acrescentemos ‘afim’ e ‘a fim’ à lista dos ‘a’ teimosos. Vê alguma diferença? Tal como no caso anterior, têm leitura igual, grafia semelhante mas não são, nem nunca foram, a mesma coisa. ‘Afim’ é um substantivo e um adjectivo, e designa que se tem afinidade ou parentesco, que se é próximo ou semelhante; ‘a fim’, que nas suas versões correctas e completas deve ser ‘a fim de’ ou ‘a fim de que’, é, novamente, uma locução e revela intenção, propósito, como em ‘para que’, ‘com o fim de’. No Brasil, estar ‘a fim de’ é demonstração de interesse por alguma coisa ou alguém (do que se depreende das novelas, grandes «educadoras» do povo, será mais por alguém do que por alguma coisa), isto num registo informal tropical e acalorado, claro.
Se isto fosse um debate, de que lado se colocaria? ‘Aparte’ ou ‘à parte’? Para começar, lêem-se da mesma maneira, com o primeiro ‘a’ aberto; escrevem-se de forma ligeiramente diferente; não são a mesma coisa; e não tem de tomar partidos, pois ambos estão correctos. ‘Aparte’, como substantivo, significa um comentário, um esclarecimento, uma interrupção, uma confidência (em teatro, é uma fala de um actor em que este, envolvendo o público, finge estar a falar consigo próprio); ‘à parte’ é uma locução adverbial equivalente a ‘em separado’, ‘em particular’ ou ‘excepto’. “Àparte” não existe, por mais que alguns bem-intencionados poupadores de espaços entre palavras insistam…
À parte toda esta confusão, acrescentemos ‘afim’ e ‘a fim’ à lista dos ‘a’ teimosos. Vê alguma diferença? Tal como no caso anterior, têm leitura igual, grafia semelhante mas não são, nem nunca foram, a mesma coisa. ‘Afim’ é um substantivo e um adjectivo, e designa que se tem afinidade ou parentesco, que se é próximo ou semelhante; ‘a fim’, que nas suas versões correctas e completas deve ser ‘a fim de’ ou ‘a fim de que’, é, novamente, uma locução e revela intenção, propósito, como em ‘para que’, ‘com o fim de’. No Brasil, estar ‘a fim de’ é demonstração de interesse por alguma coisa ou alguém (do que se depreende das novelas, grandes «educadoras» do povo, será mais por alguém do que por alguma coisa), isto num registo informal tropical e acalorado, claro.
Publicado no Açoriano Oriental a 4 Julho 2010 - Maria Mercês
2.28.2012
Árvore genealógica
Mãe, vou casar!
Jura, meu filho ?! Estou tão feliz ! Quem é a moça ?
Não é moça. Vou casar com um moço.. O nome dele é Murilo.
Você falou Murilo... Ou foi meu cérebro que sofreu um pequeno surto psicótico?
Eu falei Murilo. Por que, mãe? Tá acontecendo alguma coisa?
Nada, não... Só minha visão que está um pouco turva. E meu coração, que talvez dê uma parada. No mais, tá tudo ótimo.
Se você tiver algum problema em relação a isto, melhor falar logo...
Problema ? Problema nenhum. Só pensei que algum dia ia ter uma nora... Ou isso.
Você vai ter uma nora. Só que uma nora... Meio macho.
Ou um genro meio fêmea. Resumindo: uma nora quase macho, tendendo a um genro quase fêmea... E quando eu vou conhecer o meu. A minha... O Murilo ?
Pode chamar ele de Biscoito. É o apelido.
Tá ! Biscoito... Já gostei dele.. Alguém com esse apelido só pode ser uma pessoa bacana. Quando o Biscoito vem aqui ?
Por quê ?
Por nada. Só pra eu poder desacordar seu pai com antecedência.
Você acha que o Papai não vai aceitar ?
Claro que vai aceitar! Lógico que vai. Só não sei se ele vai sobreviver.. . Mas isso também é uma bobagem. Ele morre sabendo que você achou sua cara-metade. E olha que espetáculo: as duas metade com bigode.
Mãe, que besteira ... Hoje em dia ... Praticamente todos os meus amigos são gays.
Só espero que tenha sobrado algum que não seja... Pra poder apresentar pra tua irmã.
A Bel já tá namorando.
A Bel? Namorando ?! Ela não me falou nada... Quem é?
Uma tal de Veruska.
Como ?
Veruska...
Ah !, bom! Que susto! Pensei que você tivesse falado Veruska.
Mãe !!!...
Tá.., tá..., tudo bem...Se vocês são felizes. Só fico triste porque não vou ter um neto ..
Por que não ? Eu e o Biscoito queremos dois filhos. Eu vou doar os espermatozóides. E a ex-namorada do Biscoito vai doar os óvulos.
Ex-namorada? O Biscoito tem ex-namorada?
Quando ele era hétero... A Veruska.
Que Veruska ?
Namorada da Bel...
"Peraí". A ex-namorada do teu atual namorado... E a atual namorada da tua irmã . Que é minha filha também... Que se chama Bel. É isso? Porque eu me perdi um pouco...
É isso. Pois é... A Veruska doou os óvulos. E nós vamos alugar um útero...
De quem ?
Da Bel.
Mas . Logo da Bel ?! Quer dizer então... Que a Bel vai gerar um filho teu e do Biscoito. Com o teu espermatozóide e com o óvulo da namorada dela, que é a Veruska.
Isso.
Essa criança, de uma certa forma, vai ser tua filha, filha do Biscoito, filha da Veruska e filha da Bel.
Em termos...
A criança vai ter duas mães : você e o Biscoito. E dois pais: a Veruska e a Bel.
Por aí...
Por outro lado, a Bel....,além de mãe, é tia... Ou tio... Porque é tua irmã.
Exato. E ano que vem vamos ter um segundo filho. Aí o Biscoito é que entra com o espermatozóide. Que dessa vez vai ser gerado no ventre da Veruska... Com o óvulo da Bel. A gente só vai trocar.
Só trocar, né ? Agora o óvulo vai ser da Bel. E o ventre da Veruska.
Exato!
Agora eu entendi ! Agora eu realmente entendi...
Entendeu o quê?
Entendi que é uma espécie de swing dos tempos modernos!
Que swing, mãe ?!!....
É swing, sim ! Uma troca de casais... Com os óvulos e os espermatozóides, uma hora no útero de uma, outra hora no útero de outra.....
Mas...
Mas uns tomates! Isso é um bacanal de última geração! E pior... Com incesto no meio..
A Bel e a Veruska só vão ajudar na concepção do nosso filho, só isso...
Sei !!! ... E quando elas quiserem ter filhos...
Nós ajudamos.
Quer saber ? No final das contas não entendi mais nada. Não entendi quem vai ser mãe de quem, quem vai ser pai de quem, de quem vai ser o útero,o espermatozóide. .. A única coisa que eu entendi é que...
Que.... ?
Fazer árvore genealógica daqui pra frente... vai ser foda.
* (Luiz Fernando Veríssimo)
Jura, meu filho ?! Estou tão feliz ! Quem é a moça ?
Não é moça. Vou casar com um moço.. O nome dele é Murilo.
Você falou Murilo... Ou foi meu cérebro que sofreu um pequeno surto psicótico?
Eu falei Murilo. Por que, mãe? Tá acontecendo alguma coisa?
Nada, não... Só minha visão que está um pouco turva. E meu coração, que talvez dê uma parada. No mais, tá tudo ótimo.
Se você tiver algum problema em relação a isto, melhor falar logo...
Problema ? Problema nenhum. Só pensei que algum dia ia ter uma nora... Ou isso.
Você vai ter uma nora. Só que uma nora... Meio macho.
Ou um genro meio fêmea. Resumindo: uma nora quase macho, tendendo a um genro quase fêmea... E quando eu vou conhecer o meu. A minha... O Murilo ?
Pode chamar ele de Biscoito. É o apelido.
Tá ! Biscoito... Já gostei dele.. Alguém com esse apelido só pode ser uma pessoa bacana. Quando o Biscoito vem aqui ?
Por quê ?
Por nada. Só pra eu poder desacordar seu pai com antecedência.
Você acha que o Papai não vai aceitar ?
Claro que vai aceitar! Lógico que vai. Só não sei se ele vai sobreviver.. . Mas isso também é uma bobagem. Ele morre sabendo que você achou sua cara-metade. E olha que espetáculo: as duas metade com bigode.
Mãe, que besteira ... Hoje em dia ... Praticamente todos os meus amigos são gays.
Só espero que tenha sobrado algum que não seja... Pra poder apresentar pra tua irmã.
A Bel já tá namorando.
A Bel? Namorando ?! Ela não me falou nada... Quem é?
Uma tal de Veruska.
Como ?
Veruska...
Ah !, bom! Que susto! Pensei que você tivesse falado Veruska.
Mãe !!!...
Tá.., tá..., tudo bem...Se vocês são felizes. Só fico triste porque não vou ter um neto ..
Por que não ? Eu e o Biscoito queremos dois filhos. Eu vou doar os espermatozóides. E a ex-namorada do Biscoito vai doar os óvulos.
Ex-namorada? O Biscoito tem ex-namorada?
Quando ele era hétero... A Veruska.
Que Veruska ?
Namorada da Bel...
"Peraí". A ex-namorada do teu atual namorado... E a atual namorada da tua irmã . Que é minha filha também... Que se chama Bel. É isso? Porque eu me perdi um pouco...
É isso. Pois é... A Veruska doou os óvulos. E nós vamos alugar um útero...
De quem ?
Da Bel.
Mas . Logo da Bel ?! Quer dizer então... Que a Bel vai gerar um filho teu e do Biscoito. Com o teu espermatozóide e com o óvulo da namorada dela, que é a Veruska.
Isso.
Essa criança, de uma certa forma, vai ser tua filha, filha do Biscoito, filha da Veruska e filha da Bel.
Em termos...
A criança vai ter duas mães : você e o Biscoito. E dois pais: a Veruska e a Bel.
Por aí...
Por outro lado, a Bel....,além de mãe, é tia... Ou tio... Porque é tua irmã.
Exato. E ano que vem vamos ter um segundo filho. Aí o Biscoito é que entra com o espermatozóide. Que dessa vez vai ser gerado no ventre da Veruska... Com o óvulo da Bel. A gente só vai trocar.
Só trocar, né ? Agora o óvulo vai ser da Bel. E o ventre da Veruska.
Exato!
Agora eu entendi ! Agora eu realmente entendi...
Entendeu o quê?
Entendi que é uma espécie de swing dos tempos modernos!
Que swing, mãe ?!!....
É swing, sim ! Uma troca de casais... Com os óvulos e os espermatozóides, uma hora no útero de uma, outra hora no útero de outra.....
Mas...
Mas uns tomates! Isso é um bacanal de última geração! E pior... Com incesto no meio..
A Bel e a Veruska só vão ajudar na concepção do nosso filho, só isso...
Sei !!! ... E quando elas quiserem ter filhos...
Nós ajudamos.
Quer saber ? No final das contas não entendi mais nada. Não entendi quem vai ser mãe de quem, quem vai ser pai de quem, de quem vai ser o útero,o espermatozóide. .. A única coisa que eu entendi é que...
Que.... ?
Fazer árvore genealógica daqui pra frente... vai ser foda.
* (Luiz Fernando Veríssimo)
2.25.2012
2.18.2012
Percepção
Uma leitura necessária. Percepção.
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Um homem sentou-se em uma estação de metro em Washington DC e começou a tocar violino; era uma fria manhã de Janeiro. Ele tocou 6 peças de Bach por aproximadamente 45 minutos. Durante esse tempo, considerando que era horário de pico, calcula-se que 1100 pessoas passaram pela estação, a maioria a caminho pro trabalho.
Três minutos se passaram, e um homem de meia-idade percebeu que um músico estava tocando. Ele diminuiu o passo, parou por alguns segundos, e então apressou-se a seus compromissos.
Um minuto depois, o violinista recebeu sua primeira gorjeta de 1 dólar: uma mulher arremessou o dinheiro na caixa e continou a andar.
Alguns minutos depois, alguém encostou-se na parede para ouvi-lo, mas o homem olhou para seu relógio e voltou a andar. Obviamente ele estava atrasado para o trabalho.
O qual prestou mais atenção foi um garoto de 3 anos de idade. Sua mãe que o trazia, o apressou, mas o garoto parou pra olhar o violinista. Por fim, a mãe o empurrou fortemente, e a criança continuou a andar, virando sua cabeça a toda hora. Essa ação se repetiu por muitas outras crianças. Todos os pais, sem exceções, os forçaram a seguir andando.
Nos 45 minutos que o músico tocou, apenas 6 pessoas pararam e ficaram lá por um tempo. Aproximadamente 20 o deram dinheiro, mas continuaram a andar normalmente. Ele recebeu $32. Quando ele acabou de tocar, ninguém percebeu. Ninguém aplaudiu, tampouco houve algum reconhecimento.
Ninguém sabia disso, mas o violinista era Joshua Bell, um dos mais talentosos músicos do mundo. Ele acabara de tocar umas das peças mais difíceis já compostas, em um violino que valia $3,5 milhões de dólares.
Dois dias antes dele tocar no metrô, Joshua bell esgotou os ingressos em um teatro de Boston onde cada poltrona era aproximadamente $100.
Esta é uma história real. Joshua Bell tocou incógnito na estação de metrô, que foi organizado pelo Washington Post como parte de um experimento social sobre percepção, gosto, e prioridade das pessoas. O cabeçalho era: no ambiente comum em uma hora inapropriada: NÓS PERCEBEMOS A BELEZA ? NÓS PARAMOS PARA APRECIÁ-LA ? NÓS RECONHECEMOS TALENTO EM UM CONTEXTO INESPERADO ?
Uma das possíveis conclusões desse experimento poderia ser:
SE NÓS NÃO TEMOS TEMPO PARA PARAR E OUVIR UM DOS MELHORES MÚSICOS DO MUNDO TOCANDO ALGUMAS DAS MELHORES MÚSICAS JÁ COMPOSTAS, QUANTAS OUTRAS COISAS MAIS NÃO ESTAMOS PERDENDO ???
2.11.2012
2.10.2012
2.06.2012
2.05.2012
Soberania - Manoel de Barros
Naquele dia, no meio do jantar, eu contei que
tentara pegar na bunda do vento — mas o rabo
do vento escorregava muito e eu não consegui
pegar. Eu teria sete anos. A mãe fez um sorriso
carinhoso para mim e não disse nada. Meus irmãos
deram gaitadas me gozando. O pai ficou preocupado
e disse que eu tivera um vareio da imaginação.
Mas que esses vareios acabariam com os estudos.
E me mandou estudar em livros. Eu vim. E logo li
alguns tomos havidos na biblioteca do Colégio.
E dei de estudar pra frente. Aprendi a teoria
das idéias e da razão pura. Especulei filósofos
e até cheguei aos eruditos. Aos homens de grande
saber. Achei que os eruditos nas suas altas
abstrações se esqueciam das coisas simples da
terra. Foi aí que encontrei Einstein (ele mesmo
— o Alberto Einstein). Que me ensinou esta frase:
A imaginação é mais importante do que o saber.
Fiquei alcandorado! E fiz uma brincadeira. Botei
um pouco de inocência na erudição. Deu certo. Meu
olho começou a ver de novo as pobres coisas do
chão mijadas de orvalho. E vi as borboletas. E
meditei sobre as borboletas. Vi que elas dominam
o mais leve sem precisar de ter motor nenhum no
corpo. (Essa engenharia de Deus!) E vi que elas
podem pousar nas flores e nas pedras sem magoar as
próprias asas. E vi que o homem não tem soberania
nem pra ser um bentevi.
tentara pegar na bunda do vento — mas o rabo
do vento escorregava muito e eu não consegui
pegar. Eu teria sete anos. A mãe fez um sorriso
carinhoso para mim e não disse nada. Meus irmãos
deram gaitadas me gozando. O pai ficou preocupado
e disse que eu tivera um vareio da imaginação.
Mas que esses vareios acabariam com os estudos.
E me mandou estudar em livros. Eu vim. E logo li
alguns tomos havidos na biblioteca do Colégio.
E dei de estudar pra frente. Aprendi a teoria
das idéias e da razão pura. Especulei filósofos
e até cheguei aos eruditos. Aos homens de grande
saber. Achei que os eruditos nas suas altas
abstrações se esqueciam das coisas simples da
terra. Foi aí que encontrei Einstein (ele mesmo
— o Alberto Einstein). Que me ensinou esta frase:
A imaginação é mais importante do que o saber.
Fiquei alcandorado! E fiz uma brincadeira. Botei
um pouco de inocência na erudição. Deu certo. Meu
olho começou a ver de novo as pobres coisas do
chão mijadas de orvalho. E vi as borboletas. E
meditei sobre as borboletas. Vi que elas dominam
o mais leve sem precisar de ter motor nenhum no
corpo. (Essa engenharia de Deus!) E vi que elas
podem pousar nas flores e nas pedras sem magoar as
próprias asas. E vi que o homem não tem soberania
nem pra ser um bentevi.
Texto extraído do livro (caixinha) "Memórias Inventadas - A Terceira Infância", Editora Planeta - São Paulo, 2008, tomo X, com iluminuras de Martha Barros.
1.30.2012
Um brinde à amizade
Os anos vão se passando e eu começo a colecionar estações... Particularmente prefiro as primaveras, com o desabrochar das flores e sua aquarela de variedades. Entretanto, tantas estações me foram benevolentes que não posso deixar de mencioná-las: ahhhh os verões, mesmo que escaldantes, sempre transbordam luz com seus dias mais compridos, que se findam com o equinócio dos belíssimos outonos austrais, que chegam amarelando as folhas e colorindo a vida; e até mesmo os invernos, desses de frio insuportável a toda a minha tropicália, que se iniciam com o solstício de Mitra, e de alguma forma renovam a jornada árdua que levo no cotidiano. No caminho, minha maior vitória são as amizades verdadeiras, que cultivo a cada estação e que para mim começam sob uma condição, que se tenha bondade no coração e valores honrados a partilhar.
Muitas lágrimas derramei por dias infindáveis, mas como diz o provérbio: 'chora na cama que é lugar quente'; sempre preferi partilhar os sorrisos, do que as dores que senti no peito. O que sempre quero lembrar são as atitudes e palavras que denunciam as verdadeiras amizades, aquelas do tipo que nem tempo, nem distância, seriam capazes de destruir os laços, e sim estreitá-los, cada vez mais, como um nó de marinheiro.
Que saudade dilacerante tem permeado meus dias, junto com a lembrança de um mundo que era nosso e a convicção de que o destino sempre esteve nas nossas mãos. Quantas escolhas erradas e caminhos tortuosos passamos em nossa jornada que seriam muito mais dificultados se não tivéssemos ao nosso lado amigos verdadeiros, para nos apoiar e muitas vezes nos indicar o caminho, ou até mesmo uns safanões de elucidações.
Amigos entram na minha vida das mais variadas maneiras, não tem razão certa, nem mesmo estação, alguns para toda vida, outros se perdem no mar de gente. De qualquer maneira, todos tocam meu coração de alguma forma, todos acrescentam um tanto para meu aprendizado e evolução. A cadência varia de acordo com o ritmo que a vida mesmo se encarrega de mostrar, é uma clarividência inexplicável, de uma troca incomparável, afinal, cada relação me completa de forma singular, é apenas preciso estar disposta a aprender e deixar fluir o amor fraternal de uma amizade verdadeira.
Amo meus amigos, de ontem, de hoje, de amanhã, de sempre! Obrigada por tornarem meus dias mais felizes!
1.26.2012
Martha Medeiros
Existe uma coisa difícil de ser ensinada e que, talvez por isso, esteja cada vez mais rara: A elegância do comportamento. É a elegância que nos acompanha da primeira hora da manhã até a hora de dormir e que se manifesta nas situações mais prosaicas, quando não há festa alguma nem fotógrafos por perto. É possível detectá-la nas pessoas que elogiam mais do que criticam, nas que escutam mais do que falam. E quando falam, passam longe da fofoca e das pequenas maldades ampliadas no boca a boca.
É elegante você fazer algo por alguém e este alguém jamais saber disso...É elegante não mudar seu estilo apenas para se adaptar ao outro.É elegante o silêncio, diante de uma rejeição.Sobrenome, jóias e nariz empinado não substituem a elegância do gesto.Não há livro que ensine alguém a ter uma visão generosa do mundo.É elegante a gentileza...Atitudes gentis, falam mais que mil imagens.Abrir a porta para alguém...É muito elegante.Dar o lugar para alguém sentar...É muito elegante.Sorrir sempre é muito elegante e faz um bem danado para a alma...Olhar nos olhos ao conversar é essencialmente elegante. A saída é desenvolver a arte de conviver, que independe de status social: É só pedir licença para o nosso lado brucutu, que acha que "com amigo não tem que ter essas frescuras".Educação enferruja por falta de uso. E, detalhe: não é frescura.
É elegante você fazer algo por alguém e este alguém jamais saber disso...É elegante não mudar seu estilo apenas para se adaptar ao outro.É elegante o silêncio, diante de uma rejeição.Sobrenome, jóias e nariz empinado não substituem a elegância do gesto.Não há livro que ensine alguém a ter uma visão generosa do mundo.É elegante a gentileza...Atitudes gentis, falam mais que mil imagens.Abrir a porta para alguém...É muito elegante.Dar o lugar para alguém sentar...É muito elegante.Sorrir sempre é muito elegante e faz um bem danado para a alma...Olhar nos olhos ao conversar é essencialmente elegante. A saída é desenvolver a arte de conviver, que independe de status social: É só pedir licença para o nosso lado brucutu, que acha que "com amigo não tem que ter essas frescuras".Educação enferruja por falta de uso. E, detalhe: não é frescura.
1.24.2012
Liu Bolin
Liu Bolin, pinta a si próprio. Não há golpes nem truques de fotografia. Ele pinta-se de acordo com o fundo onde é fotografado.
1.15.2012
Rumi
Yesterday I was clever, so I wanted to change the world.
Today I'm wise so I'm changing myself - Rumi.
Today I'm wise so I'm changing myself - Rumi.
1.08.2012
Devaneios
É delírio demais tentar atar, ainda que num único encontro, as duas pontas da vida, como fizera Bentinho? Juventude e fase adulta: eu aprenderia a enxergar minha vida a partir de meu próprio umbigo, você se lembraria dos belos tempos em que o altruísmo ainda era possível. A infância, esse tempo que subsiste além de qualquer culpa, seria anfitriã de nosso encontro, nos redimindo. Eu deixaria de ser, por um momento, um maço de cabelos louros dignos ora de elogios, ora de ironias cáusticas, e você seria algo mais que a lembrança de alguém que um dia me apontou o caminho para que hoje eu me permitisse desejá-lo. Você viria num redemoinho sulino, ditando-me as geadas próprias da vida já bem vivida enquanto eu lhe sussurrasse aos ouvidos as graças indizíveis da insensatez juvenil. Depois nos deixaríamos indiferentes, cada qual com um esboço de sorriso no rosto. E nossas rotinas seguiriam dentro do esperado, ruminantes como a moral do rebanho que julga a todos os que se permitem um pouco mais que o maçante correr dos dias.
lindo demais.
"ah! menina
podia te inventar agora inteira. que foi de sentar ao teu lado, sentir a vida de tua viva tatuagem que se me desnorteia. ali no tapete azul, esticados entre os grãos de areia que não eram seu sorriso pequeno de olhos grandes-distintos. podia reinventar tua pele inteira. podia, entregue. podia descer numa i meia, preso pelas coxas, rodar a noite inteira, entre os braços dois e um. um só nós dois, e tres, e quatro até, que enfim... quero-te de mentira inteira, de meia e mais nada. quero te inventar a derradeira entre as tantas vindouras e mesmo entre as certeiras. quero-te bem, pelas preces do querubim. quero-te rima fácil assim, de vinha doce, corriqueira, que do roxo a uva se desfaz, num zaz. quero-te ar e pano, amarrado ao mar e aos meus parvos planos! Quem te nasceu assim? Quem te contou essa graça eterna que tinge o tecido destes teus pequenos lábios? quem? diz-me que te inventei assim, e assim morreremos ontem, que o amanhã não vem. te sonho com certeza, mas tens."
1.06.2012
1.05.2012
Divã
Moral da brincadeira: autodefinições desinteressadas na internet podem ter mais valor que anos depositados na conta gorda de algum analista.
1.02.2012
Machado Machado
"Eu gosto de catar o mínimo e o escondido. Onde ninguém mete o nariz, aí entra o meu, com a curiosidade estreita e aguda que descobre o encoberto. (...) A vantagem dos míopes é enxergar onde as grandes vistas não pegam."
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