6.30.2010

O Clã II - Causo da Sis


Uma das histórias que mais curto da época da minha infância, é a história do "vamu pa paia" que tem como protagonista a minha irmã mais nova, no entanto, todos os envolvidos fazem participações especiais.
Era um dia ensolarado e estávamos indo à praia, na super caravan verde do meu pai. Ele dirigia, ao seu lado meu irmão, atrás tinha minha irmã, no meio entre os bancos... a ordem eu não me lembro bem... mas estavámos, eu, Andrezza e seu namorado na época, Bruno. Trafegávamos na estrada grajaú-jacarépagua, todos muito felizes, principalmente a Ilana, minha irmã, que tinha acabado de tomar uma super-ultra mamadeira, e estava muito alegre, faceira e cantava -♫"Vamu pa paia, vamu pa paiaaaaaaaaa"♫- Não satisfeita em demonstrar sua felicidade dessa forma, deixava o corpo solto em todas as curvas da sinuosa pista e ainda por cima balançava a cabeça e girava, quase como a Linda Blair no exorcista, e continuava -♫"Vamu pa paia, vamu pa paiaaaaaaaaa"♫- Meu pai já havia avisado umas 100 vezes, -Ilana, para com isso que você vai passar mal- Nós alheios ao que estava por vir, admirávamos a paisagem e viajamos em nossos mundinhos aguardando a chegada, tão esperada, à praia. Um pouco antes de chegarmos ao cume, na altura de onde havia um restaurante, Cabana da serra, a cantoria foi abruptamente interrompida -♫"Vamu pa paia, vamu pa p... - por uma monstruosa golfada, e adivinhem vocês em cima de quem?! Claro que em cima de mim! E mais do que prontamente o caos se instaurou. Eu gritava, chorava, e perguntava - Pq eu?Pq eu?- Vomitei por cima. Meu irmão, colocou metade do corpo pra fora da janela e gritava por socorro. Minha prima se grudou do vidro feito lagartixa e dizia:-Não encosta em mim- Bruno, pulou para o bagageiro e balbuciava - Consegui, consegui fugir- Meu pai, em meio a todo aquele pandemônio, com sua voz grossa tentava sobrepor, todos os gritos histéricos e dirigir - Para com isso, que eu to ficando nervoso- Ilana, ainda tentava cantar, mas a boca ainda suja impossibilitava! Continuamos dessa forma, por volta de uns 10 min, o cheiro era insuportável e a ânsia era geral, até chegarmos ao pé da serra e parar no posto de gasolina, todos saíram correndo do carro, eu corri para o regador e pedia -Moço,moço, joga água-
Nos limpamos e seguimos, afinal um banho de mar é pra lavar a alma, mas o cheiro ficou entranhado!
Sei que a história é nojentinha, mas é o que dizem "recordar e viver" -Blargggggg
Te amo Sis, mas não esqueci dessa golfada em mim, vai ter volta,ou será que já teve?! rs

6.24.2010

Singular Clarice

"Saudade é um pouco como fome. Só passa quando se come a presença. Mas às vezes a saudade é tão profunda que a presença é pouco: quer-se absorver a outra pessoa toda. Essa vontade de um ser o outro para uma unificação inteira é um dos sentimentos mais urgentes que se tem na vida."

Clarice Lispector

6.23.2010

Dia sem Globo!

O técnico da seleção brasileira abriu fogo contra a Rede Globo. Dunga deu na canela do comentarista Alex Escobar, da Globo. Grosseria gratuita e sem necessidade, nisso eu tenho que concordar. Entreevista coletiva mundial e o técnico da melhor seleção do mundo mostrando toda sua 'mala educacion'. Poucas horas depois, um dos apresentadores do programa Fantástico, Tadeu Schmidt, da África leu um editorial da emissora detonando Dunga. Tudo tem um porque, antes do ataque ao Dunga no Fantástico, o Jornal O Globo já havia descido a lenha na seleção e principalmente no seu treinador. Qual a razão dessa súbita mudança de comportamento?
Vamos entender os fatos:
Segunda feira, véspera do jogo de estréia da seleção brasileira contra a Coréia do Norte, por volta de 11 horas da manhã, hora local na África do Sul. Eis que de repente, aportam na entrada da concentração do Brasil, dona Fátima Bernardes, toda poderosa primeira dama do jornalismo televisivo, acompanhada do repórter Tino Marcos e mais uma equipe completa de filmagem, iluminação etc.
Indagada pelo chefe de segurança do que se tratava, a esposa do poderoso William Bonner sentenciou: “Estamos aqui para fazer uma REPORTAGEM EXCLUSIVA para a TV Globo, com o treinador e alguns jogadores...”.
Comunicado do fato, o técnico Dunga, PESSOALMENTE dirigiu-se ao portão e após ouvir da Sra. Fátima o mesmo blá-blá-blá, foi incisivo, curto e grosso, como convém a uma pessoa da sua formação: “Me desculpe, minha senhora, mas aqui não tem essa de “REPORTAGEM EXCLUSIVA” para a rede Globo, ou a gente fala pra todas as emissoras de TV ou não fala pra nenhuma...”.- Brilhante! Pela vez primeira em mais de 40 anos, um brasileiro peitava publicamente a Vênus Platinada!-
“Mas... - prosseguiu dona Fátima - esse acordo foi feito ontem entre o Renato (Maurício Prado, chefe de redação de esportes de O Globo) e o Presidente Ricardo Teixeira. Tenho autorização para realizar a matéria”.
Dunga: - “Não tem autorização nem meia autorização, aqui nesse espaço eu é que resolvo o que é melhor para a minha equipe. E com licença que eu tenho mais o que fazer. E pode mandar dizer pro Ricardo (Teixeira) que se ele quer insistir com isso, eu entrego o cargo agora mesmo!”.
O treinador então virou as costas para a supra sumo do pedantismo e saiu sem ao menos se despedir. Dunga pode até perder a classificação, a Copa, seu time pode até tomar uma goleada, qualquer fiasqueira na África, mas sua atitude passa à história como um exemplo de coragem e independência frente a uma das instituições privadas mais poderosas no país e que tem por hábito impor suas vontades, eis que é líder de audiência e por isso se acha acima do bem e do mal.
Em linguagem popular, o Dunga simplesmente mijou na Vênus Platinada!
Após, a poderosa Globo, a mesma que levou o Collorido ao poder e depois o detonou por seus interesses, agora difama o Dunga, tá certo que o cara é mais ogro que o Shrek, mas não teve o direito de se defender dos ataques em momento algum.
Falar mal do cara é liberdade de imprensa. Ouvir o cara não pode?
A reação do povo foi imediata. O editorial lido no programa "Fantástico", da Rede Globo, deu repercussão no mundo virtual. E pela primeira vez na história o Brasil inteiro apóia o técnico da Seleção. Só a Globo para conseguir isso...
Dentre os assuntos mais comentados no Twitter nesta segunda-feira (21), a frase "Cala boca, Tadeu Schmidt" era líder absoluta, superou até a antecessora "Cala Boca, Galvão", que liderou por dias seguidos os Trending Topics.
E não parou por ai. Em apoio ao técnico da seleção brasileira, os twiteiros lançaram o "DiaSemGlobo", que será nessa sexta-feira, quando o Brasil vai jogar com a seleção de Portugal, no encerramento da primeira fase da copa.
Todo mundo na Band, ou em outra emissora, não vamos sintonizar a Globo na sexta-feira, temos que começar a deixar de ser gado manso, mostrar que não somos trouxas manipuláveis.
VAMOS FAZER O BRASIL INTEIRO PENSAR !!!!! Coloca todo mundo no cantinho de castigo e sem globo!rs

6.22.2010

Cotidiano

Em meu cotidiano de práticas pedagógicas me vejo envolvida em um processo de reflexões e indagações que me faz repensar, e reinventar as metodologias de prática educativa. Com certeza, possuo influências, mas também um estilo próprio desenvolvido com a experiência, estudo e a troca diária.
A vivência pessoal, ao mergulhar nesse ambiente de atuação profissional, suscitaram indagações, possibilidades e desassossegos; exigindo assim a tentativa de compreender e apontar novas proposições a essas relações complexas que vamos construindo o entendimento que a educação nada mais é do que estímulo, troca e principalmente busca. É necessário que se busque, constantemente, respostas as questões que se entrecruzam com frequência em nosso cotidiano, pois a própria tentativa, apaixonada e comprometida, de se encontrar soluções possibilita grandes avanços na prática do educador, na sua busca por uma educação mais crítica, que proporcione uma mudança nesse quadro excludente que, há muito, as esferas de ação social vêm contribuindo para a reprodução e as políticas públicas educacionais não estão conseguindo mudar essa realidade.
Percebo diariamente o quanto é importante na escola propiciar aos alunos atividades que o potencialize como ser social, cheio de possibilidades e sonhos. Porém, em algumas de nossas experiências encontramos adolescentes que perderam o gosto pela escola, pela sala de aula, por estudar. Sempre tento suscitar nos alunos a importância dos sonhos, de ter objetivos, metas a serem conquistadas, mas sem devaneios, trazendo-os para a realidade e fazendo-os perceber que vivemos as regras ditadas por um regime social capitalista, com situações desiguais e em modos de produção excludentes e injustos. Onde geralmente a grande maioria da população prefere se omitir e 'deixar passar' pra ver no que dá, mesmo que isso signifique prejuízo, existe o limite tolerável para tal.
As vezes sinto como se estivesse desabafando com os alunos e ao mesmo tempo que os questiono, o faço internamente, comigo mesma. E de que forma poderia fazer algo diferente? Alguma coisa é preciso fazer, porém com certeza, vejo que minha fala, solta, desconexa, solitária, não faria com que eles conseguissem ter a noção dos fatos ou leituras críticas; na verdade, eu falo mais pela minha necessidade, indignação, susto... E um prazer inenarrável em ajudar o próximo!
Repenso constantemente meus limites, o que acredito e até onde conseguiria fazer algo. Existe um forte impacto emocional ao se lidar com um grupo numeroso de pessoas, as quais de alguma forma me sinto responsável sobre. Partindo dessa experiência, percebi o quanto é necessário discutir as práticas pedagógicas e construir no coletivo,tanto quanto respeitar as individualidades, pois são nesses espaços de discussão e reflexão que torna-se possível a construção de saberes.
Quando percebo estar distante de uma solução para as problemáticas apresentadas no cotidiano, tento buscar ajuda, refletir, ponderar bastante sobre essa situação e assim vou aliviando a carga negativa de impotência perante as coisas que gostaria, mas não posso mudar.
Penso ser de vital importância que os sujeitos que atuam na escola sejam os protagonistas de suas falas e de seus saberes. Esse exercício precisa transformar-se em uma necessidade de todos que, de alguma forma, fazem a educação acontecer neste país. Afinal, educar é um ato de amor e só dessa forma o conhecimento será plenamente compreendido e internalizado. Sem dúvida, deparo com obstáculos, dificuldades e desafios que permeiam o processo de docência, mas essa é a vida, profissional, pessoal, familiar, ou qualquer outra vertente que por ventura elucubremos.
É preciso constantemente reavaliar, inovar, estar atualizado, mas acima de tudo atuar pensando em como nossas reflexões agregam mudanças, modificam ações, potencializam intervenções.

Ler Paulo Freire dá nisso, rs!

6.01.2010

Momento Manguaça Cultural

Antigamente, no Brasil, para se ter melado, os escravos colocavam o caldo da cana-de-açúcar em um tacho e levavam ao fogo. Não podiam parar de mexer até que uma consistência cremosa surgisse. Porém um dia, cansados de tanto mexer e com serviços ainda por terminar, os escravos simplesmente pararam e o melado desandou. O que fazer agora? A saída que encontraram foi guardar o melado longe das vistas do feitor. No dia seguinte, encontraram o melado azedo fermentado. Não pensaram duas vezes e misturaram o tal melado azedo com o novo e levaram os dois ao fogo. Resultado: o 'azedo' do melado antigo era álcool que aos poucos foi evaporando e formou no teto do engenho umas goteiras que pingavam constantemente. Era a cachaça já formada que pingava. Daí o nome 'PINGA'. Quando a pinga batia nas suas costas marcadas com as chibatadas dos feitores ardia muito, por isso deram o nome de 'ÁGUA-ARDENTE' Caindo em seus rostos escorrendo até a boca, os escravos perceberam que, com a tal goteira, ficavam alegres e com vontade de dançar. E sempre que queriam ficar alegres repetiam o processo. (História contada no Museu do Homem do Nordeste).