1.30.2012

Um brinde à amizade

Os anos vão se passando e eu começo a colecionar estações... Particularmente prefiro as primaveras, com o desabrochar das flores e sua aquarela de variedades. Entretanto, tantas estações me foram benevolentes que não posso deixar de mencioná-las: ahhhh os verões, mesmo que escaldantes, sempre transbordam luz com seus dias mais compridos, que se findam com o equinócio dos belíssimos outonos austrais, que chegam amarelando as folhas e colorindo a vida; e até mesmo os invernos, desses de frio insuportável a toda a minha tropicália, que se iniciam com o solstício de Mitra, e de alguma forma renovam a jornada árdua que levo no cotidiano. No caminho, minha maior vitória são as amizades verdadeiras, que cultivo a cada estação e que para mim começam sob uma condição, que se tenha bondade no coração e valores honrados a partilhar.
Muitas lágrimas derramei por dias infindáveis, mas como diz o provérbio: 'chora na cama que é lugar quente'; sempre preferi partilhar os sorrisos, do que as dores que senti no peito. O que sempre quero lembrar são as atitudes e palavras que denunciam as verdadeiras amizades, aquelas do tipo que nem tempo, nem distância, seriam capazes de destruir os laços, e sim estreitá-los, cada vez mais, como um nó de marinheiro. 
Que saudade dilacerante tem permeado meus dias, junto com a lembrança de um mundo que era nosso e a convicção de que o destino sempre esteve nas nossas mãos. Quantas escolhas erradas e caminhos tortuosos passamos em nossa jornada que seriam muito mais dificultados se não tivéssemos ao nosso lado amigos verdadeiros, para nos apoiar e muitas vezes nos indicar o caminho, ou até mesmo uns safanões de elucidações. 
Amigos entram na minha vida das mais variadas maneiras, não tem razão certa, nem mesmo estação, alguns para toda vida, outros se perdem no mar de gente. De qualquer maneira, todos tocam meu coração de alguma forma, todos acrescentam um tanto para meu aprendizado e evolução. A cadência varia de acordo com o ritmo que a vida mesmo se encarrega de mostrar, é uma clarividência inexplicável, de uma troca incomparável, afinal, cada relação me completa de forma singular, é apenas preciso estar disposta a aprender e deixar fluir o amor fraternal de uma amizade verdadeira.
Amo meus amigos, de ontem, de hoje, de amanhã, de sempre! Obrigada por tornarem meus dias mais felizes!

1.26.2012

Martha Medeiros

Existe uma coisa difícil de ser ensinada e que, talvez por isso, esteja cada vez mais rara: A elegância do comportamento. É a elegância que nos acompanha da primeira hora da manhã até a hora de dormir e que se manifesta nas situações mais prosaicas, quando não há festa alguma nem fotógrafos por perto. É possível detectá-la nas pessoas que elogiam mais do que criticam, nas que escutam mais do que falam. E quando falam, passam longe da fofoca e das pequenas maldades ampliadas no boca a boca.
É elegante você fazer algo por alguém e este alguém jamais saber disso...É elegante não mudar seu estilo apenas para se adaptar ao outro.É elegante o silêncio, diante de uma rejeição.Sobrenome, jóias e nariz empinado não substituem a elegância do gesto.Não há livro que ensine alguém a ter uma visão generosa do mundo.É elegante a gentileza...Atitudes gentis, falam mais que mil imagens.Abrir a porta para alguém...É muito elegante.Dar o lugar para alguém sentar...É muito elegante.Sorrir sempre é muito elegante e faz um bem danado para a alma...Olhar nos olhos ao conversar é essencialmente elegante. A saída é desenvolver a arte de conviver, que independe de status social: É só pedir licença para o nosso lado brucutu, que acha que "com amigo não tem que ter essas frescuras".Educação enferruja por falta de uso. E, detalhe: não é frescura.

1.24.2012

Liu Bolin

Liu Bolin, pinta a si próprio. Não há golpes nem truques de fotografia. Ele pinta-se de acordo com o fundo onde é fotografado. 












1.15.2012

Rumi

Yesterday I was clever, so I wanted to change the world.
Today I'm wise so I'm changing myself - Rumi.

1.08.2012

Devaneios

É delírio demais tentar atar, ainda que num único encontro, as duas pontas da vida, como fizera Bentinho? Juventude e fase adulta: eu aprenderia a enxergar minha vida a partir de meu próprio umbigo, você se lembraria dos belos tempos em que o altruísmo ainda era possível. A infância, esse tempo que subsiste além de qualquer culpa, seria anfitriã de nosso encontro, nos redimindo. Eu deixaria de ser, por um momento, um maço de cabelos louros dignos ora de elogios, ora de ironias cáusticas, e você seria algo mais que a lembrança de alguém que um dia me apontou o caminho para que hoje eu me permitisse desejá-lo. Você viria num redemoinho sulino, ditando-me as geadas próprias da vida já bem vivida enquanto eu lhe sussurrasse aos ouvidos as graças indizíveis da insensatez juvenil. Depois nos deixaríamos indiferentes, cada qual com um esboço de sorriso no rosto. E nossas rotinas seguiriam dentro do esperado, ruminantes como a moral do rebanho que julga a todos os que se permitem um pouco mais que o maçante correr dos dias.

lindo demais.

"ah! menina
podia te inventar agora inteira. que foi de sentar ao teu lado, sentir a vida de tua viva tatuagem que se me desnorteia. ali no tapete azul, esticados entre os grãos de areia que não eram seu sorriso pequeno de olhos grandes-distintos. podia reinventar tua pele inteira. podia, entregue. podia descer numa i meia, preso pelas coxas, rodar a noite inteira, entre os braços dois e um. um só nós dois, e tres, e quatro até, que enfim... quero-te de mentira inteira, de meia e mais nada. quero te inventar a derradeira entre as tantas vindouras e mesmo entre as certeiras. quero-te bem, pelas preces do querubim. quero-te rima fácil assim, de vinha doce, corriqueira, que do roxo a uva se desfaz, num zaz. quero-te ar e pano, amarrado ao mar e aos meus parvos planos! Quem te nasceu assim? Quem te contou essa graça eterna que tinge o tecido destes teus pequenos lábios? quem? diz-me que te inventei assim, e assim morreremos ontem, que o amanhã não vem. te sonho com certeza, mas tens."

1.05.2012

A máxima...

T
...teria sido, assistir com você.

Divã

Moral da brincadeira: autodefinições desinteressadas na internet podem ter mais valor que anos depositados na conta gorda de algum analista.

1.02.2012

Machado Machado

"Eu gosto de catar o mínimo e o escondido. Onde ninguém mete o nariz, aí entra o meu, com a curiosidade estreita e aguda que descobre o encoberto. (...) A vantagem dos míopes é enxergar onde as grandes vistas não pegam."