Olga decidira de última hora que faria uma viagem dos sonhos com os amigos que mais a completavam naquele momento da vida. Anderson seu melhor amigo e companheiro, os dois eram como irmãos, um amor fraternal, daqueles que cobre se cochilar e dá beijo na testa para abençoar. Renata, a quem literalmente chamava de irmã, mas também não era caso sanguíneo, partilhavam de uma cumplicidade única, e Luciana, casada com Renata, seu chunhadão, com que sempre se divertia muito!
Seu desemprego a abalava, mas essa era uma chance única de desfrutar os prazeres de diferentes culturas, ao lado de pessoas tão queridas e especiais. Foi imediatista e não pensou que pudessem haver muitas conseqüências negativas para suas ações. Queria viver o momento, precisava de uma injeção de felicidade, para afastar de uma vez um situação muito peculiar que lhe acontecera.
Seu voo pousara e achou que encontraria alguém esperando-a, rodou durante algum tempo e resolveu entrar em um táxi. Chegou à casa dos amigos André e Pedro, um apartamento bem no centro de Barcelona, em um prédio charmoso, de estilo vintage e a cara de Gaudí, com o frescor que era peculiar àquele lugar no verão. O fato de não ter elevador não seria um incômodo, se Olga não fosse como qualquer outra mulher que sempre leva mais do que precisa em viagens. Para sua sorte, sua forma física atlética, auxiliou a chegar ao 4ºandar apenas ofegante e sedenta por um copo d’água. O apartamento era decorado com bom gosto e as pessoas que ali se encontravam eram de energia extraordinária. Se abraçaram, conversaram, riram, trocaram presentes e muitos sorrisos, decidiram então sair um pouco e respirar os ares do verão europeu. Ver gente, experimentar a culinária, vivenciar o cotidiano daquele lugar desconhecido e de cultura modernista com uma pitada gótica, passeando pela La Rambla e se deslumbrando com a Casa Batlló e La Pedrera. A leveza permeava aquelas almas entregues a felicidade de estarem unidas, desfrutando o momento e eternizando-o com milhares de fotos espontâneas, bobas e divertidas.
Os dias a seguir prometiam. A primeira festa foi em um parque aquático, era literalmente um mar de gente, os sorrisos pareciam aparafusados. A música contagiante, a multiculturalidade do local, as roupas de banho, os corpos esculpidos, todo o lugar exalava charme e energia positiva, atrelado a isso, a companhia maravilhosa de amigos na mesma sintonia. Até entrevista houve, Anderson e André ficaram eternizados no vídeo oficial do evento, apesar de que todos apareceram. Foi lá também que conheceram Ruy, o amigo português, que esbarraram na fila dos pertences, e ele esteve com o grupo em todos os eventos que frequentaram; um homem lindo, de energia maravilhosa e vibração contagiante, também foi lá que reuniram mais alguns amigos a gangue: Salvatore, o belo italiano; Toby, um brasileiro gente boa; Lele, o grande amigo de Toby; Enrico e sua figura singularmente esguia. Além de esbarrar em amigos brasileiros, como: Julio e Arcanjo. A festa foi divertidíssima, mas em algum momento a correnteza daquele mar de gente começou a puxar, e foi quando os fogos de artifício se iniciaram, dando uma energizada nas baterias enfraquecidas. Curiosamente a música foi bruscamente cortada e o fim chegara, quase não podíam acreditar. Mudaram a frequência e começaram a conversar sobre tudo que os acontecera, uma das melhores partes foi o almoço que fizeram no estilo piquenique, com a salada maravilhosa que Pedro fizera; é preciso ser dito o quanto Pedro cozinha bem, sua boa vontade e cuidado, fizeram com que todos se sentissem a vontade, aliás, louvemos seu senso de humor, o famoso chupa-chupa, tornou-se um dos bordões da viagem.
Olga estava impressionada – Como os transportes públicos funcionavam naquele lugar - pensou. Uma das coisas mais impressionantes era que uma cidade daquela magnitude não tinha tráfego intenso, nunca! Ao admirar La Sagrada Família se emocionou. Fizeram um passeio turístico e tiveram a oportunidade de apreciar o Parc Guell. Como turistas, se encheram de souveniers para poder presentear outros amigos que mereciam mas não puderam estar por lá.
Chegada a segunda pool party, as dimensões eram infinitamente menores, e com isso André percebeu que haviam algumas pessoas com a bermuda idêntica a sua e iniciou uma caçada para registrar esse momento, a alegria sempre foi uma constante. Um amigo do Brasil os acompanhou, Rossini, figura animada. Fizeram amizade com um grupo de israelenses e conversavam com todos que se aproximavam do seu grupo. Olga sempre muito falante, às vezes, até demais, mas todos percebiam, no entanto, suas boas intenções , sendo assim, fez mais bons amigos naquele lugar: Duda, Felipe, Mau, Glauber e Cristiano. Quando emanamos coisas boas, é o que geralmente recebemos, a disposição de todos só levava a coisas positivas. Jesus, um amigo espanhol de Pedro, chegou para completar aquele grupo seleto de pessoas, que puderam trocar energia e experiências únicas, e que ficarão para sempre na memória de todos, como algo que poderão remeter a momentos de plena felicidade. Finalizaram aquela viagem com o lindo visual do show de águas, som e luzes, na Plaza de España. Puderam apreciar o simples fato de estar em outro lugar do mundo, desfrutando da maravilhosa companhia dos amigos, em frações de tempo tão singulares que ficarão imaculadas, não só nas belas fotografias, mas na memória daquele grupo de pessoas que puderam doar-se ao presente e torná-lo inesquecível. Olga saíra com sensação de triunfo, mesmo que o sonho tivesse acabado e ela sabia que a vida real a esperava. – Esse momento me proporcionou extrema felicidade. Eu amo meus amigos! – Olga matutou e abriu um largo sorriso ao avistar o carro de sua mãe que fora apanhá-la no aeroporto. Dias melhores estavam por vir.
p.s. Algumas participações que não poderiam deixar de ser mencionadas também foram: a dança singular do André, o Anderson perdendo o óculos em uma baforada e a Re & Lu ganhando presentes de estranhos.